Há tanto para dizer sobre este familiar dos bróculos
Se o seu conceito de mostarda se resume à imagem das embalagens de plástico amarelas nas prateleiras dos supermercados ou às bifanas e aos cachorros, a partir de agora a mostarda vai adquirir um significado completamente novo.
Adorada e consumida em todo o mundo, a mostarda é um vegetal crucífero da família das couves e dos brócolos.
Enquanto condimento é produzida à base de três ingredientes: as respetivas sementes, água e vinagre.
Entre as cerca de quarenta variedades diferentes de plantas de mostarda, existem três tipos principais que são utilizados para extrair sementes de mostarda:
- Mostarda branca (Brassica alba): utilizada para fazer a pasta de mostarda amarela, é a mais comum e a mais suave de sabor.
- Mostarda castanha (Brassica juncea): de sabor mais intenso que a branca, mas mais suave que a negra, é o género utilizado para fabricar a mostarda de Dijon.
- Mostarda preta (Brassica nigra): originária da Índia, é a mais difícil de encontrar e a que tem o sabor mais pungente e picante. Na culinária indiana é utilizada na preparação do caril.
Quando a gula leva a melhor, atira-se descaradamente à sobremesa e aos doces. Sim, há quem a combine maravilhosamente com mel e com chocolate.
Mostarda vai bem com...
Tudo!
Combina às mil maravilhas com um bom hambúrguer ou com um bife suculento. Dá cor e sabor ao frango e ao peru. Casa muito bem com um peixe grelhado, mas não desdenha uma relação superficial com um bom marisco. Há dias em que se torna vegetariana e prefere namorar as saladas. Se está com preguiça, não resiste às sanduíches. Quando a gula leva a melhor, atira-se descaradamente à sobremesa e aos doces. Sim, há quem a combine maravilhosamente com mel e com chocolate. Não sabia que a mostarda é usada numa imensa variedade de doces? Sinceramente, onde é que tem andado este tempo todo? É que não sabe o que está a perder!
E já agora, por que não começar por conhecer as nossas mostardas de manga, de pimento piquilho e de legumes.

Os super-poderes da mostarda
Quando falamos de mostarda o adjetivo “saudável” não nos vem logo à cabeça. Mas a verdade é que já a civilização egípcia usava semente de mostarda para tratar problemas respiratórios.
Algumas pesquisas já descobriram na mostarda propriedades que ajudam a combater doenças cancerígenas, a normalizar o colesterol, prevenir diabetes, melhorar o funcionamento dos pulmões e do cérebro.
Com propriedades anti-inflamatórias, a semente de mostarda pode ajudar a combater as doenças respiratórias e a aliviar as dores de costas e a artrite. Compostas pelas vitaminas A e B3, ajuda a manter a pele saudável e a regular o metabolismo. Fonte de antioxidantes e de fibras, a semente de mostarda pode, ainda, ajudar a eliminar toxinas e a regular o corpo humano. Ajudam a diminuir o risco de osteoporose e combater os sintomas da menopausa nas mulheres.
As origens da mostarda
A palavra “mostarda” vem de mustum (suco de uva não-fermentado), um dos antigos ingredientes usados no preparo desse tempero.
Não existe precisão quanto à sua origem. Sabe-se, no entanto, que o condimento já era utilizado pelos egípcios, gregos e romanos, esmagadas e salpicadas nas carnes e peixes a cerca de 3000 mil anos. Estima-se que na Idade Média cozinheiros franceses foram os primeiros a elaborar o condimento, utilizando as sementes, rusticamente moídas e misturadas a mel e vinagre.
Foi em Dijon que a mostarda ganhou popularidade. A mais célebre mostarda francesa, teve a sua origem na Idade Média na cidade de Dijon, onde foi apurada e aperfeiçoada até alcançar fama mundial. No séc. XIII, Dijon já era conhecido como centro produtor de mostarda, alcançando a assinatura oficial “Mostarda de Dijon” em 1856, e desde então esta é feita única e exclusivamente nesta região francesa da Borgonha. A mostarda de Dijon pode ser encontrada na versão antiga (à l’ancienne) que tem a particularidade de ser feita com grãos inteiros de mostarda castanha pois antigamente não existiam máquinas para processá-la em forma de pasta.
É mencionada em vários provérbios. No Oriente, “ver flores de mostarda” significa que a pessoa está atordoada por ter levado um choque. Na Europa, “subir a mostarda ao nariz” significa perder a paciência.
Uma planta modesta com mil e uma utilidades
– Os gregos chamavam a mostarda de sí·na·pi, que significa “o que irrita os olhos”.
Entende-se agora por que é que a iperita, uma arma química usada na Primeira Guerra Mundial, foi chamada de gás de mostarda, embora não contivesse nenhuma mostarda.
– Jesus Cristo usou-a para ilustrar o poder da fé: “Deveras, eu vos digo: Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda . . . nada vos será impossível.” — Lucas 17:6.
– Apicius, um gourmet romano, criou a sua própria receita cujos ingredientes eram: sementes de mostarda, sal, vinagre e mel. A receita era enriquecida com amêndoas e pinhão, quando servida em banquetes.
– Os potes decorativos que outrora decoravam farmácias continham mostarda em pó para uso terapêutico.
– Como as suas propriedades combatiam o escorbuto, nenhum navio holandês se punha ao mar sem levar um suprimento de mostarda.
– É mencionada em vários provérbios. No Oriente, “ver flores de mostarda” significa que a pessoa está atordoada por ter levado um choque. Na Europa, “subir a mostarda ao nariz” significa perder a paciência.